Páginas

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Eu Amo a Sua Volta!



          Muito se ouve falar a respeito da volta de Jesus. Sabemos que este fato é iminente e certo, e por isso muitos comentários e especulações têm sido feitos sobre este importante evento; uns plausíveis, outros não tão bíblicos assim.
         Este artigo, no entanto, não visa explanar vários textos bíblicos sobre a Sua volta, mas sim causar uma reflexão sobre nosso desejo pela volta de Cristo. Como anda nosso amor pela Sua Segunda Vinda?
         Se perguntarmos aos nossos irmãos se eles creem que Jesus irá voltar, eles certamente responderão que sim, pois se aceitam a Bíblia como Palavra de Deus acreditarão nesta verdade tão clara e importante. Agora, se você perguntar se eles desejam e se alegram com a volta de Jesus, aí a conversa muda.
         Muitas são as razões pelas quais os cristãos não desejam e nem se alegram com a volta de Jesus: amam mais o mundo do que a Deus; desejam mais o temporal do que o eterno; se apegaram mais com as bênçãos do que com o abençoador; etc. O que é evidente é que tais pessoas não amam a vinda do Senhor como Ele deseja (2 Tm. 4.8)
         Cabe a cada um examinar seu próprio coração, e ver como anda o seu desejo pela vinda do Senhor. No entanto, não basta apenas identificar o erro, mas devemos propor maneiras de como podemos alimentar nosso desejo pela vinda de Jesus. Aqui vão algumas dicas:

·         Ore sobre o assunto
Em suas orações lembre-se da Segunda Vinda de Jesus e agradeça por este evento. Agradeça pelas maravilhosas promessas de restauração e pelas maravilhosas bênçãos prometidas aos santos. Planeje orar por isso pelo menos uma vez por semana.

·         Leia passagens bíblicas sobre o assunto
Pelo menos uma vez por semana separe passagens bíblicas sobre a Segunda Vinda em seu momento devocional para refletir. Aqui vão algumas dicas de passagens: Isaías 32. 1- 8; 65. 17-25; Zacarias 8; Zacarias 14. 16-21; 1 Tessalonicenses 4. 13-18; Livro de Apocalipse. (Incentivo a você ler os livros proféticos do Antigo Testamento. Eles têm muito a dizer sobre o assunto).

·         Leia sobre o assunto
Teologias Sistemáticas possuem uma parte dedicada só aos eventos futuros. Certamente possui uma sessão apenas para a Segunda Vinda de Jesus. Também existem os livros e artigos no site da Chamada da Meia noite (www.chamada.com.br). Vale muito à pena investir em literaturas como estas.
        
         A lista não é exaustiva. Poderíamos acrescentar, por exemplo, cantar sobre o assunto, conversar sobre de forma deliberada, etc. Mas concluímos aqui o artigo perguntando: como anda seu amor pela volta de Jesus? Confesse seu pecado, arrependa-se e encha seu coração de desejo por este evento tão sublime. E que possamos dizer juntos com todo vigor: “Maranata, ora vem Senhor Jesus”.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Esperança Bíblica



         Vivemos em um mundo caído. A cada dia nos noticiários vemos desastres ambientais, sociais e psicológicos. Furacões, tornados e tempestades atingem cidades inteiras. Vemos uma natureza furiosa, muitas vezes nos dando a sensação que não mais a dominamos, como fomos chamados (Gn. 1.28), e que estamos diante de um gigante não domado. A camada de ozônio tem se deteriorado, e os raios cancerígenos tem nos encontrado com facilidade. Enchentes tem se tornado contantes, e o mar não parece mais respeitar seu limite como outrora. Há Esperança?
         A sociedade tem acabado consigo mesma. Os distúrbios de relacionamentos tem se agravado a cada dia que passa. Brigas entre pais e filhos, onde deveria haver amor e respeito. Assassinatos, adultérios, e violência. Na melhor das hipóteses podemos definir nossa sociedade como um caos. Há Esperança?
         Quando o Homem para para refletir sobre a vida como ela está começa abre a porta de entrada para a depressão e ansiedade. Muitos chegam ao ápice do desespero e se matam. Outros procuram ajuda de terapias e remédios, a fim de sentirem um pouco de alívio das dores que o mundo nos traz. Mas não adianta, pois a pergunta que temos feito até agora não desaparece. Há esperança?
         Sim, há esperança! Há esperança na cruz! Há esperança no Espírito Santo! Há esperança em Deus!

Importância
         No aconselhamento Bíblico, a esperança é de extrema importância. O aconselhado muitas vezes chega frustrado com seus problemas e desesperado, derramando sua alma diante do conselheiro que tem como uma das responsabilidade primordiais oferecer esperança.
         Isto deve-se dar porque nosso maior modelo é Deus. Quando Deus confrontou Adão, Ele não amansou com ele, elevando seu ego, mas o exortou nouteticamente. No entanto, parou por aí. Ele lhe deu esperança, prometendo-lhe o herdeiro que pisaria a serpente (Gn. 3.15)
         Jesus também é nosso exemplo. Ele confrontou Pedro por causa de sua negação apenas com o olhar, mas depois o deu esperança designando-lhe para o ministério do pastoreio. Ele não foi apenas repreendido. Foi-lhe concedido esperança e nova chance. (João 18. 15-18, 21.15-23).
         Os profetas são outro exemplo para nós. Ele não amansavam nas repreensões contra o povo, mas no final havia uma palavra de esperança. (e.g. Isaías 29)

Definição e Característica:
         Vimos logo acima que o mundo não tem verdadeira esperança à parte de Deus. A Esperança Bíblica diz respeito a verdadeira expectativa de que Deus trabalha em todas as circunstancias para o nosso bem, a fim de formar o caráter de Jesus em nossas vidas (Rm. 8. 28-29). Ela também afirma que se temos o Espírito Santo de Deus então há restauração. Não há estado psicológico degradado que Deus não mude. Ele faz a obra, se assim nos submetermos a Ele (1 Co. 10.31; Rm. 8.13). Sim, temos esperança em Deus!

         Vejamos agora algumas funções que a esperança bíblica nos fornece:
•        Alegria nos momentos mais difíceis (Provérbios 10.28)
•        Perseverança (Romanos 8. 24,25)
•        Confiança (2 Coríntios 3.12; Filipenses 1.20)
•        Ministério Eficaz (2 Coríntios 4.8-18)
•        Fé e amor em grau maior (Colossenses 1. 4,5)
•        Firmeza/constância (1 Tessalonicenses 1.3)
•        Maior determinação e entusiasmo (1 Timóteo 4.10)
•        Estabilidade (Hebreus 6.19)
•        Um relacionamento íntimo com Deus (Hebreus 7. 19)
•        Pureza pessoal (1 Jo 3.3)

         Muitos não cristãos afirmam ter esperança. No entanto, o uso que fazem do termo “esperança” é bem equivocado e não corresponde ao termo bíblico. Cuturalmente, esperança diz respeito a algo que pode ou não acontecer. É uma expectativa duvidosa. Já a esperança bíblica diz respeito a algo que certamente vai acontecer. É baseada nas promessas de Deus, que sempre se cumprem.

         Vejamos agora algumas características da verdadeira esperança, baseada na Palavra de Deus:

  • ·      Está baseada na expectativa do bem. De acordo com Romanos 8. 28-29 Deus visa sempre o nosso bem em cada situação. Este bem está intimamente ligado à formação do caráter de Jesus em nossa vida.
  • ·    Advem da verdadeira Salvação: Apenas os salvos em Cristo Jesus possui a capacidade de confiar em Deus e em Seus propósitos (1 Pe. 1.3; Cl. 1.4,5; Cl. 1.25-27; 1 Tm. 1.1)
  • ·    É holística: Significa dizer que não envolve apenas um indíviduo ou uma parte dele, mas que o plano de Deus envolve todo o universo, visando ser glorificado em todas as circunstancias e nos oferecer o bem que esta glorificação nos tráz.
  • ·     É realista: Não procura negar a realidade da dor e do sofrimento, mas crer que Deus age neles com bons propósitos.
  • ·   Deve ser renovada dia após dia: Para isto, precisamos lembrar-nos sempre das promessas de Deus em Sua Palavra. (Sl. 119.49)
  • ·   É uma questão de decisão: Somos chamados a ter esperança (1 Pe. 1.13). Se é um mandamento, é uma questão de escolha ter esperança. Não devemos apenas esperar que a esperança venha. Devemos promovê-la. Devemos buscá-la.
  • ·    Se baseia no conhecimento da Obra de Deus. Por isso devemos conhecer Sua Palavra a fim de entendermos o que e em quem estamos esperando.

         Agora,vamos identificar as principais características que a esperança do mundo tem, e que diferem drasticamente com a Esperança Bíblica.


  • ·         Está estabelecida em idéias humanas sobre o que é bom e desejável. Muitas pessoas acreditam que o que elas desejam deve ser requerido de Deus, e condicionam a este desejo sua estabilidade espiritual. Pensam que a verdadeira felicidade se encontra naquilo que elas desejam, e exigem de Deus isto.
  • ·         Afirma uma falsa realidade. Às vezes queremos muito que algo aconteça, então a falsa esperança chega nos dando uma certeza que a Bíblia não dar.
  • ·         Está atrelada a pensamentos místicos e mágicos. Algumas pessoas pensam que, por exemplo, fazer o devocional pela manhã a tornará  mais perto de Deus e mais longe do Diabo e suas ciladas. Se ela não faz o devocional enche-se de temor e pensamentos negativos. 
  • ·         Nos apresenta uma crença não bíblica da oração. Muitos pensam que só orar resolve o problema. Muitos com problemas, por exemplo, na área da sexualidade, pensam que só orar vai fazer com que as tentações passem e que sejam facilmente libertados dessas tribulações.
  •      Se baseia em uma interpretação bíblica equivocada. Muitos interpretam a Bíblia de forma equivocada, e por isso vivem uma vida baseada em falsas esperanças.


Como oferecer Esperança Bíblica.
         Temos visto a importância da Esperança no aconselhamento. Mas, como nós, conselheiros, podemos oferecer esperança bíblica? Vejamos algumas dicas:


  • ·         Auxiliando a pessoa a crescer em sua comunhão com Deus. O próprio Cristo é o dono de toda esperança (1 Tm. 1.1). Sendo assim, a pessoa que está cada vez mais próxima dEle se encherá de esperança.
  • ·         Ajudando à pessoa a pensar biblicamente acerca da situação. Se em cada situação Deus oferece esperança, então é necessário que a pessoa aprenda, de acordo com a Palavra de Deus, o que Ele afirma sobre a situação em que passa. Falemos sobre Suas promessas e Seus alvos explicitados nas Escrituras (Romanos 8. 28, 12. 9-21; 1 Coríntios 10.13, 13. 4-8a)
  • ·       Fornecendo exemplos de pessoas piedosas. Isso ajuda aos aconselhados a se convencerem ainda mais que é possível ter esperança e fazer a vontade de Deus em várias circunstancias difíceis.

Não precisamos de falsas esperanças. O que nós precisamos é a Esperança oferecida pela Palavra de Deus. Só assim podemos passar por todas as situações sabendo que Deus está conosco, e que nos ajudará a viver a sua vontade em todas as circunstâncias (Fp. 4.13). A Deus toda a glória.




segunda-feira, 4 de julho de 2016

“Eu não aguento mais...” A Frase que o Cristão Não Pode Dizer!


         Sim, nós passamos por lutas. Nossos dias são difíceis, e experimentamos na pele o que Jesus disse em João 16.33: “... No mundo, passais por aflições...”, estando sempre à nossa frente a dor do pecado, seja do outro ou nossa.
         Somos pecadores, e por isto sofremos. É o mau desejo que sentimos e o mau pensamento que nos aparece. É aquele hábito pecaminoso que não conseguimos abandonar.
Convivemos com pessoas pecadoras, e por isto sofremos. É a dor da perda, da traição, da violência, e da morte. O amigo nos machuca. O cônjuge trai. O ladrão rouba e mata. O ente querido morre.
Diante de estas e outras circunstancias, aguentamos a dor e o incômodo que elas nos causam por algum tempo, mas depois nos vemos em apuros, dizendo para Deus em oração: “Senhor, eu não aguento mais!”. Esta oração muitas vezes parece piedosa, mas... Você já parou para pensar no que as Escrituras dizem a respeito disso?
Nós, cristãos, nunca poderemos dizer com toda sinceridade que “não aguentamos mais” o problema ou a dificuldade. Vejamos o que 1 Coríntios 10. 13 nos diz:
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das nossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação vos proverá livramento, de sorte que possais suportar.”
Deus não permite que passemos por nenhuma dificuldade que não possamos suportar de forma santa. Sempre teremos uma maneira de glorificar a Deus naquela situação. Sempre poderemos ousar em santidade na situação mais difícil que for. Ele nos ajudará a andar em comunhão com Ele sempre, e nos dará força para passar pelo momento da prova, mesmo que passemos pelos momentos mais sombrios da morte! (cf. Salmo 23)
No entanto, podemos entender que quando o cristão chega a este ponto de dizer “Eu não aguento mais” ele não tem utilizado os meios de graça que Deus disponibiliza a fim de que suportem as aflições. Existem algumas perguntas a se fazer a fim de que sondemos o nosso coração:
·         Você tem verificado se há alguma atitude pecaminosa da sua parte neste momento difícil? (Pv. 4.25; Sl 139. 23-24; Sl. 19.12-14)
·         Você tem amado e desejado algo ou alguém mais do que a Deus? (Mt. 22. 35-40)
·         Você tem congregado em alguma igreja que procura pregar fielmente as Escrituras? (Hb 10.25)
·         Você deseja mais ser amado do que amar? (1 Co. 13. 4-8a)
·         Você tem servido, ou apenas lamenta a sua situação?(Gl. 5.13; 1 Pe. 4.10)
·         Você tem orado a respeito disso? (1 Ts. 5.17; 1 Pe. 5.7; Fp. 4.6)
·         Você tem meditado nas Escrituras? (Fp. 4.8; Sl 119. 97)
·         Você tem pedido ajuda a irmãos maduros? (Gl. 6.2; Pv. 11.14; Rm.12.13)
A lista não é exaustiva nem completa. No entanto, ela nos ajuda um pouco a enxergamos o nosso coração no momento da dificuldade. Medite no que foi mostrado e ore a Deus, pedindo-lhe para mostrar-lhe o porquê de orar tantas vezes: “Senhor, eu não aguento mais...”.

Que Deus nos ajude a enfrentarmos nossas provações no temor do Senhor. Deus abençoe sua vida

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Consciência: Discernindo a Vontade de Deus



   Todos nós temos a faculdade intelectual de discernimento entre o bem e o mal, o certo e o errado, e a esta faculdade chamamos de Consciência. Deus a colocou em nosso coração a fim de que possamos tomar decisões de acordo com a sua vontade.
   Deus criou a consciência, mas nós somos responsáveis por educá-la. Nesta responsabilidade, muito a cumprem devidamente, outros, porém, não a fazem.  Vejamos alguns tipos de consciência que a Bíblia fala, e aprendamos o que ela diz sobre uma consciência biblicamente treinada.[1]

1. Consciência cauterizada.
   Esta consciência já foi educada pela Palavra de Deus, porém foi cauterizada pela prática do pecado. No começo, a consciência avisava do erro, mas de tanto a pessoa ferir sua consciência ela não “alarma” mais como antes. Como conseqüência, esta consciência produz pouco sentimento de culpa.[2]
   Vejamos um exemplo bíblico sobre esta consciência:

“pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,”
1 Timóteo 4.2
   Neste caso, eles mentiram tanto que suas consciências já estavam anestesiadas pelo pecado.

2. Consciência destreinada.
   Esta consciência nunca foi treinada pela Palavra de Deus. Ela não sabe qual a vontade de Deus revelada nas Escrituras, e por isso raramente faz a vontade dEle.[3] Como conseqüência, a pessoa raramente se sente culpada, e direciona sua vida de forma pecaminosa e sem sabedoria. Romanos 1-3 nos oferece um vislumbre detalhado de pessoas com este tipo de consciência.

3. Consciência Fraca
   Esta consciência é ativada por informações extra-bíblicas. Ou seja, a pessoa pensa que muita coisa é pecado, porém não é. Sendo assim, não sente paz em tomar algumas decisões onde deveria sentir, e pede perdão a Deus por atitudes e ações que não deveria pedir. Produz muitos sentimentos de culpa e esta vem por razões erradas e equivocadas.
   Um clássico exemplo desse tipo de consciência está em Romanos 14.1,2,23. Vejamos:

1. Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.
2. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes;
3. Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.
  
4. Consciência Bíblica
Esta consciência é ativada por verdades bíblicas, e é a que devemos cultivar. Quando ela nos adverte, nos mostra como devemos andar de acordo com a vontade de Deus. Produz sentimentos de culpa por motivos certos, e nos ensina no verdadeiro caminho que devemos andar. 2 Timóteo 3.16-17 diz:

16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

1 Timóteo 1.5 também afirma:

Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.

Como está sua consciência? Cauterizada? Destreinada? Fraca? Ou Bíblica?. Peça ao espírito Santo de Deus para lhe dar discernimento a fim de responder esta pergunta. Peça a ajuda de alguém maduro ou seu pastor para lhe ajudar. A saúde de sua consciência é essencial para a saúde do seu relacionamento com Deus e com o próximo. Que Deus nos ajude a termos consciências bíblicas e saudáveis. A Deus toda a glória.



[1] Este artigo é baseado em meus estudos no Mestrado em Aconselhamento Bíblico e no material por este fornecido sobre Consciência. O material foi publicado pela ABCB juntamente com a Baptist Church Faith
[2] Lembrando que culpa não é um sentimento, mas muitas vezes se manifesta por meio dele. Culpa é um estado de ser da pessoa diante de Deus. Ela é culpada quando peca, mesmo sem sentir muitas vezes. Neste exemplo de consciência, a pessoa não sente culpa, mas mesmo assim ela é culpada diante de Deus.
[3] Dizemos “raramente” porque em Romanos 2. 14-15 mostra que Deus cravou uma Lei em nossos corações a fim de termos um pequeno vislumbre do que é certo ou errado. No entanto, este vislumbre não é suficiente para substituir uma educação deliberada na Palavra de Deus.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Fazer votos para parar de pecar? Uma perspectiva bíblica sobre mortificação do pecado!

 

Recentemente assisti a um vídeo de uma vlogueira não muito conhecida, onde certa pessoa pediu ajuda para com seu pecado habitual. Resumidamente, ele dizia que era cristão e que tinha como costume praticar a pornografia. Sabia que estava errado, e que pensava em fazer um voto a Deus a fim de conseguir se livrar de vez daquele pecado. Mas... Será que isto funciona?
    Biblicamente falando, não podemos vencer por nós mesmos o pecado. Sem a ajuda do Espírito Santo, não conseguimos abandonar o pecado habitual e andar em santidade. Não é algo que fazemos sozinhos. Precisamos do Poder Sobrenatural de Deus.
   Na mortificação do pecado, primeiramente precisamos confessar e se arrepender dos pecados. Em 1 João 1.9 vemos esta necessidade, e quando fazemos isto Jesus certamente nos perdoa: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”
   Em segundo lugar, precisamos crescer em comunhão com Deus. Em Romanos 8.13 diz:Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.”. Cumprimos este princípio quando deliberadamente aumentamos a frequência de nossas orações, lemos mais a Bíblia, participamos dos cultos e da comunhão com os irmãos, lemos livros que nos ajudam a conhecer mais a Deus, etc. Quanto mais ficarmos perto de Deus, mais crescemos na mortificação do nosso pecado.
    Outra disciplina para mortificação do pecado é a meditação bíblica e memorização de versículos. Devemos encher nossa mente da Palavra de Deus. A transformação vem pela renovação da mente (ver Romanos 12.1-2; Efésios 4. 22-24), e por isso nossa vitória sobre o pecado depende muito como trabalhamos nossa mente. Precisamos memorizar e meditar em versículos que nos ajudam a ter a visão de Deus sobre aquele pecado que tanto nos domina.
   Cada caso é um caso, mas os princípios apresentados são essenciais para a mortificação do pecado. Também, estes princípios não são únicos, pois fazem parte de uma vasta lista que podemos praticar na mortificação do pecado. Oração de outros irmãos, meditação na obra de Cristo, e ações piedosas são outros exemplos. Os princípios citados dão apenas um vislumbre de como lidamos com o pecado habitual; no entanto, são essenciais.
   Lembremos também que a santificação é progressiva, bem como a mortificação do pecado. Entendamos que quando lutamos contra um pecado habitual precisamos substituir por outro hábito, e isto leva tempo para que haja naturalidade no fazer. Todavia, temos esperança (Rm. 7. 24-25). O Espírito está conosco (Rm. 8. 2). Ele nos promete a vitória! Cristo já a conquistou na Cruz (Rm. 8.37)! Louvado Seja o Senhor!



quarta-feira, 23 de março de 2016

Vai Ficar Tudo Bem? Uma Perspectiva Bíblica sobre o Sofrimento!



   O sofrimento é uma circunstância bem vívida em nossas rotinas. São doenças, mortes trágicas, conflitos interpessoais, dores físicas e emocionais, e outros mais. Infelizmente, não temos como escapar de tais circunstâncias.
   A força motriz de tal realidade é o pecado. Em Gênesis vemos o relato da advertência que Deus dá ao Homem: “... de toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn. 2. 16-17). Deus havia alertado ao homem das consequências da desobediência, e como um Pai amoroso ele não desejava que tais circunstâncias fossem realidade na vida de suas criaturas.
   Porém, o homem pecou, e o sofrimento começou a fazer parte de nossa vida. Logo no começo, Adão teve dificuldades para tirar da terra o seu sustento (Gn 3. 17-19) e  Eva teve suas dores multiplicadas ao ter filhos (Gn.3.16). No desenrolar da história, vemos assassinatos (Gn. 4. 8-16); corrupção moral (Gn. 6. 1-5); embriaguez e imoralidade (Gn. 9. 20-26) e relacionamentos baseados no medo e na mentira (Gn. 20. 1-18). O sofrimento tornou-se inevitável.
   No entanto Deus não nos deixou na mão. Em muitas passagens vemos que seu socorro é presente, e que ele nos ajuda a passarmos pelas tribulações (cf. Salmos 46.1, 34. 4 e 6). Também temos a promessa que as tribulações acontecem para o nosso bem a fim de sermos conformados à imagem de Jesus (Romanos 8.28-29).
   Por falta de um entendimento bíblico acerca do assunto, alguns conselheiros afirmam aos seus aconselhados aflitos de que Deus promete que vai ficar tudo bem, pois brevemente a dor vai passar. Usam alguns salmos e algumas passagens às vezes fora de contexto a fim de acalmar o coração atribulado. Mas será que a Bíblia diz isso mesmo? Será que existe realmente esta promessa de uma vida mansa para todos os justos em toda e qualquer tribulação?
   O sofrimento fez parte da vida de Jesus, e não podemos requerer uma vida melhor do que a dele. O apóstolo Paulo, grande homem de Deus, clamou três vezes ao Senhor para lhe tirar o espinho da carne e recebeu um “a minha graça te basta” de Deus (cf. 2 Co. 12.9). Vários irmãos viveram e morreram sob o sofrimento (cf. Hb. 11), e não consideraram que Deus falhou em cumprir alguma promessa sobre livramento.
   Um bom intérprete das Escrituras entende que Deus pode ou não livrar seus servos dos seus sofrimentos, dependendo de Seus Propósitos. Nas passagens onde vemos promessas sobre o livramento do Senhor não vemos a hora e o dia certo de que isto vai acontecer, e nem o modo como se dá. O livramento do sofrimento certamente nos virá, porém não sabemos como e quando, pois pode acontecer nesta vida ou apenas no povir.
   Esta interpretação nos permite olhar para os textos usados por aqueles que pregam que “vai ficar tudo bem brevemente” com uma perspectiva respeitadora aos textos onde vemos pessoas que sofreram a vida toda por andar nos caminhos do Senhor. Por isso, da próxima vez que se encontrar em uma situação difícil ou for aconselhar alguém neste estado não diga simplesmente que vai ficar tudo bem. Olhe para os propósitos do Senhor no sofrimento (Rm. 8.28-29). Olhe para a força que ele nos supre a fim de continuarmos a caminhado à despeito das circunstâncias (Sl. 27.1; 1 Co 10.13; Hb. 4.15, 12.1). Olhe para o céu, o novo céu e a nova terra (Ap. 22), pois se não ficar tudo bem aqui, certamente ficará tudo bem lá. Nisso está nossa esperança.
  
  


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Não sai da minha cabeça! Pensamentos maus, tentações, e outras perturbações!

      

      Todos nós já tivemos momentos de grandes lutas com nossos pensamentos. Muitas vezes é aquela imagem indesejável que vimos sem querer. Outras vezes é aquela música chata que seu vizinho colocou o dia todo para escutar e você sem querer aprendeu toda. Existem também aquelas tentações que não lhe deixam tão cedo, como a ansiedade, medo, ira, etc. E também tem aqueles pensamentos que são fruto de ações pecaminosas; arrependemos-nos, mas eles ainda continuam lá. Você não quer, você não deixa, mas eles não pedem licença. Com o passar do tempo, você se ver desesperado e despreparado no lidar com tais perturbações.
   Temos más e boas notícias quanto ao assunto. A má notícia é que enquanto tivermos neste mundo iremos lutar contra estes pensamentos. As Escrituras dizem que “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). Não espere que seu coração libere apenas coisas boas por que isto não vai acontecer. A lista das Obras da Carne em Gálatas 5. 19-21 nos lembra bem desta triste realidade. Além disso, temos Satanás que, constantemente, atinge-nos com seus dardos inflamados incentivando-nos a ter pensamentos impuros que tem como objetivo impedir a progressão de nossa santidade.
   As Escrituras deixam bem claro esta luta que travamos:

Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.
Romanos 7. 15 -21

Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.
Gálatas 5. 16-17

   Porém, a notícia não pára na parte ruim, pois tem a parte boa também: O Evangelho alcança nosso coração! Sim, Deus tem a solução para estes pensamentos. A cruz é suficiente. Não precisamos ficar atolados em nossos pensamentos e cair em desesperança. Deus tem a solução.
   O apóstolo Paulo, no mesmo capítulo em que fala sobre a sua luta terrível contra a carne, nos diz:

Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado.
(Romanos 7. 24-25)

   Cristo é a solução. Ele nos garante a vitória sobre o domínio do pecado em nosso coração. Vejamos mais um texto:

Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne... Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei... E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.
(Gálatas 5. 16, 18, 24)

   Se temos o Espírito Santo de Deus em nossa vida temos a garantia que podemos crucificar nossa carne e ser controlado por Ele. Mas... como isto funciona na prática?
   Como já deixamos bem claro, estamos travando uma batalha. Com isso, entendemos que não vai ser fácil controlar muitas vezes a mente. É uma luta!E toda a luta requer esforço e diligencia.
     Primeiramente, devemos orar ao Senhor, pedindo que Ele nos livre o quanto antes destes maus pensamentos. Acheguemo-nos diante do trono de sua graça para que alcancemos libertação (cf. Hb. 4. 14-16). Jesus sabe o que sofremos, por isso ele pode nos socorrer.
   Em segundo lugar, você deve renovar a sua mente. Para acabar com estes pensamentos ruins você deve colocar pensamentos bons (cf. Romanos 12. 1-2; Fp 4.8;). Pense no amor de Deus, memorize versículos, cante louvores... enfim, medite em coisas boas e santas.
    Em terceiro lugar, fuja. Fuja de situações que facilitem os maus pensamentos. Corte radicalmente aquilo que te faz pecar (Mt. 18. 7-9). Se olhar o facebook lhe induz a ter pensamentos maus, não o acesse por um bom tempo. Se algum programa de TV, por mais inocente que seja, lhe faz lembrar momentos maus em sua vida, mude de canal. Se passar por uma rua lhe faz lembrar-se de momentos ruins e pecaminosos, mude a rota. Fuja dos tentações. Fuja do Pecado.
   Que o nosso Deus, dono de toda a graça e misericórdia, lhe ajude na batalha de sua mente, e lhe conceda graça em ocasião oportuna. Deus te abençoe!

Akysa Santos

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Tentação ou Pecado: Como distingui-los?


   Em algumas situações na caminhada cristã nos deparamos com altos e baixos. Há dias em que estamos bem em nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Alegramo-nos na oração, na leitura bíblica, no auxílio daqueles que precisam, nas tarefas domésticas e no trabalho. O dia parece fluir bem.
   Mas há dias que começam maus. Parece-nos que a alegria anterior não está mais presente. Não temos vontade de orar, de ler a Bíblia, de ajudar e amar ao próximo. Vamos “à força” para o trabalho. Ficamos irritados com quaisquer barbaridades no trânsito. Pensamentos pecaminosos simplesmente surgem em nossa mente, e nos perguntamos: “O que está acontecendo?”
   Aqueles que desejam agradar sempre ao Senhor incomodam-se com tais situações. No decorrer do dia preocupam-se em arrepender-se de seus pecados cometidos. Mas, trocando em miúdos o assunto, você sabe quando peca ou sofreu apenas uma tentação? Como você sabe que aquele pensamento impuro foi apenas uma tentação ou pecado? Quando seu coração palpita em um desejo pecaminoso é pecado ou tentação?
   As Escrituras nos ensinam que tanto a obediência quanto a desobediência é uma questão de escolha. Os mandamentos que nos dizem: Façam isso..., não façam aquilo..., tomem cuidado com aquiloutro...; são exemplos que nos informam que há uma ação volitiva no processo da obediência. Assim também quando a Bíblia diz: “Se vocês escolherem isto, então acontecerá isso...” (e.g. Dt. 28) percebemos que a desobediência é também uma questão de escolha.
   A distinção é simples: quando um desejo ou pensamento vem sem o nosso consentimento este não é pecado. É apenas tentação. Quando, porém, escolhemos dar lugar àquele desejo ou pensamento, então praticamos o pecado.

Dicas para não ceder à tentação
   Quando descobrimos que estamos sofrendo uma tentação podemos contar com os meios de graça a fim de não pecarmos. O Senhor nos diz:

Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar.” 1 Coríntios 10.13
1.      Ore
Nestes momentos temos que clamar ao Senhor que nos ajude a não cedermos à tentação.

com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.”  Efésios 6.18

2.     Lembre-se de versículos bíblicos
Muito se fala em fugir da tentação. Mas se você fugir e ainda desejar o pecado, então sua fuga não serviu de nada. Você precisa trabalhar sua mente a fim de desejar mais a obediência do que a desobediência. Para isso você necessita de versículos bíblicos para não pecar.

Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.
Salmos 119.11

Jesus, porém, respondeu: Está Escrito...
Mateus 4.4a

Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus
Efésios 6. 17

3.     Fuja:
Depois que o seu coração estiver preparado para obedecer a Deus, não fique olhando para a tentação. Não dialogue com ela. Fuja!

Então, ela o pegou pelas vestes e lhe disse: Deita-te comigo; ele, porém, deixando as vestes nas mãos dela, saiu, fugindo para fora.
Gênesis 39.12

Fugi da Impureza...
1 Coríntios 6.18a
   Quando a tentação vier não precisamos temer. Ousemos em graça.
   Deus nos abençoe

_____________________________________________________
Quer saber mais sobre o assunto? O livro Tentação e Mortificação do Pecado, de John Owen é uma excelente dica. Aproveite!